terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ONDE ANDAM OS EX-PROFISSIONAIS DE O&M?

Para muitos, principalmente os mais novos, a expressão O&M (Organização e Métodos) pode até parecer um palavrão, mas na prática os seus conceitos são utilizados até hoje, logicamente que numa roupagem bastante atualizada.
Os grandes problemas das práticas de O&M daquela época, e que jamais se adaptariam aos dias atuais, eram a centralização da responsabilidade pelas mudanças organizacionais sob suas asas, quando hoje a responsabilidade é de todos, e o excesso de burocracia que boa parte dos analistas priorizava, com instrumentos normativos que mais criavam gargalos que agilizavam o processo decisório. As normas são importantes para a padronização dos processos, mas não podem cercear a criatividade, elas têm que ser flexíveis e com foco no cliente, estandartizando o processo ponta a ponta.
Se fizermos uma análise retrospectiva poderemos observar que tanto nas raízes da formação dos Analistas de Negócio, como nos Programas da Qualidade Total, até chegarmos ao BPM (Business Process Management) o ferramental utilizado pouco mudou. A mudança está no comportamento e na atitude, ou melhor, na forma de enxergar a organização, com orientação a processos e resultados, gerando valor para o cliente final.
O O&M do passado, da mesma forma que TQM (Total Quality Management), Balanced Scorecard; Six Sigma, Lean, ABC (Activity Based Costing), BPM (Business Process Management) todas são ou foram formas de produzir mais, e melhor de modo a garantir a sustentabilidade do negócio e atender às demandas de seus stakeholders.
Voltando à questão “onde andam os ex-profissionais de O&M?” afirmo que a grande maioria deles ou mudou de área numa posição executiva ou “fugiu” para outras áreas logo-logo ao “boom” da informática, quando os analistas de sistemas evoluíram para analistas de negócios e ocuparam o espaço daqueles que não tiveram atitude para evoluir em conhecimentos e habilidades que os mantivessem alinhados com os modelos de gestão em constante evolução. Pois é, hoje quando a tônica é o BPM são poucos os profissionais com esta sólida formação disponíveis no mercado.
Leiam, divulguem, comentem, critiquem! Vem mais por aí.

2 comentários:

H. Mazzei Filho disse...

Amigo Josias, concordo em gênero e número, mas não em gráu. Na minha opinião, os analistas de O&M realmente cederam espaço, praticamente sucumbindo à apelação da TI, derivando o que você chamou de analistas de negócios. E aí é que está a diferença: o gráu de qualidade diminuiu significativamente para usuários dos sistemas. Me refiro aos usuários mesmo: o contribuinte do cliente governo, o correntista do cliente banco, o paciente do cliente plano de saúde, etc. Antes, quando nós, analistas de O&M implantávamos um sistema de contas-correntes em um banco, tínhamos a obrigação de fazer um interface com sistema alternativo, no caso de pane ou problema com o sistema principal. Hoje não existe isso. Eu próprio implantei em um banco estatal no nordeste um sistema em que tivemos problemas de diversas naturezas no início e o contrato foi seguro por causa das alternativas. Os bancos são apenas um exemplo. Resumindo, quero dizer que, infelizmente, a qualidade de vida piorou e, na minha opinião, mas a "eficiência" do cliente é satisfatória.

josias disse...

Amigo Mazzei, Acho que faltou aos analistas transformar problemas em oportunidades. Paralelamente ao surgimento dos analistas de negócios e à evolução da TI, que exigiam não só um conhecimento de processos, mas também de informática, tivemos o "boom" da Qualidade Total e mais para frente o surgimento de ferramentas como Six Sigma, Lean, etc. só que desta vez perdeu-se espaço para os engenheiros, talvez por falta de uma base matemática ou estatística. Quanto a geração de valor ao cliente, discordo um pouco de você, pois as facilidades que temos em Bancos, Companhias Aéreas, Hotéis e outros serviços de compras virtuais mostram que por trás disso temos, além do uso intensivo da TIC, uma forte cultura em BPM (Business Process Management) e certamente para este novo perfil profissional uma base de O&M faz uma grande diferença.